Onde a noite se esqueceu de acordar.



Alimento-me no amarelo da proximidade.
E volta o nevoeiro cerrado com contornos familiares na distância.
Sopram os ventos.
E numa dança conhecida e cíclica, repetem-se vozes que transpõem oceanos.
De solos longínquos, retornam irmãos voando.
De coração na voz silenciada, escrevo vidas inteiras de lembranças.
Imagens, sons, cheiros, cores, num imenso céu de ondas apaixonadas.
E as águas revoltas, brilham no espaço dos pássaros livres.
No pó dos seus rastos, reacendem-se sóis apagados...
Adormeço ausente de mim, sonhada na lonjura de uma terra vermelha, onde a noite se esqueceu de acordar.

2 comentários:

Graça Pires disse...

"Escrevo vidas inteiras de lembranças"... Muito belo o texto e a foto "no amarelo da proximidade".
Beijos.

Elizabeth F. de Oliveira disse...

Encantei-me com a cor das tuas palavras. Adoro ler-te.

beijo no coração