Há muito tempo.
Há muito tempo, fugiram os poemas que deambulavam no vento.
Aqueles leves de algodão que na minha janela descansavam, bailando em falso espelho.
Há muito tempo, escaparam-se as melodias que em torrentes largas, nasciam.
Há ainda mais tempo, esconderam-se as fadas que nas estrelas, varriam poeiras de magia.
E Merlin, definitivamente morto, brotou numa imensa árvore negra que o luar, à noite, roubou.
E agora, as lendas são fantasmas adormecidos, que assustam os pirilampos perdidos.
Já cresceram todas as joaninhas e empalideceram as rosas.
É o tempo adulto e engraxado por um euro, vendido em embrulhos coloridos de Natal inventado.
Jesus, vamos subir a árvore do jardim da minha escola?! Deixa-me cair e nódoas negras, reaprender.
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3 comentários:
todos os dias acordamos a segurar poemas que se dissolvem na chuva
todos os dias o vento nos arrasa
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obrigada pela gentileza da apreciação
Sim, quem me dera as nódoas negras da minha meninice...
lindas as suas palavras...
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