Acordar neste sorriso.




Sei do tempo que em alarido
se junta à volta dos corpos mortos,
dos pássaros fugidos.

Já não sopram as ventanias que nas tardes nascidas das manhãs felizes,
se espraiavam em corridas loucas,
pelas tuas mãos sequiosas.

E agora
na calmaria de um passo que ousa voltar ao tempo,
rasga-se o infinito
e sobram os silêncios
que a tempestade abandonou no centro vivo,
exposto do coração.

Deixa-me adormecer e sonhar com o tempo
que do passado
me fez futuro
e acordar
agora
neste sorriso.

2 comentários:

maré disse...

são todas as memórias da febre legada às tardes que adornam o coração.
e nele se vive e revive
como quem amou para além de qualquer pronuncia

_______ um beijo

Elizabeth F. de Oliveira disse...

Que lindo poema!
Sempre que aqui venho, fico encantada com as fotos e a beleza das palavras.


beijo no coração